quarta-feira, novembro 05, 2008

Precisa-se de matéria prima para construir um País

Recebi esta mensagem de um amigo e não posso deixar de a partilhar...

"Precisa-se de matéria prima para construir um País"

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.

O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país.


Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO. Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos.... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país...Onde a falta de pontualidade é um hábito;
Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano;
Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos;
Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros;
Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica;
Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.


Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.


Não. Não. Não. Já basta.


Como ' matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa. Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...


Fico triste.


Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.


Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente abusados!

É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.


Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro...


Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos.
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.


Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.


Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.

AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.

E você, o que pensa?..


MEDITE!


EPC
in Público

sexta-feira, outubro 31, 2008

Os bichos e a crise


Macaco de crista preta da ilha indonésia de Sulawesi que deu a Stefano Unterthiner o Prémio "Wildlife" 2008, na categoria "Retratos de Animais". Fonte: Publico.pt

sábado, outubro 11, 2008

Convém não esquecer

The mortality of the human species is still 100%

Gillian Twomey (IR), numa discussão sobre cuidados no fim da vida.

sexta-feira, setembro 12, 2008

Volto já!

Sentado n' "A Medieval" ainda a percorrer o caminho do regresso a casa...


Volto em breve...

sábado, agosto 23, 2008

quarta-feira, julho 30, 2008

sábado, junho 07, 2008

Alegre, o Bloco, a poesia e a fatal igualdade na pobreza

Porque os tempos não têm sido de muita inspiração, partilho palavras emprestadas de ideias partilhadas com José Manuel Fernandes, de um dos melhores textos que lhe conheço.

Bom fim-de-semana e não esquecer que já só há 37,5 horas de Serralves em Festa!

É tempo de acabar com os idealismos vazios e perigosos que pregam apenas a igualdade e se esquecem sempre da responsabilidade e, bastas vezes, da liberdade.
Não há nada como passar uns dias num país nórdico, como a Suécia, para perceber que o problema português é exactamente o oposto daquele que, em nome de uma autoproclamada "esquerda", se defendeu esta semana no comício do Teatro da Trindade, em Lisboa.
No evento, onde Manuel Alegre se juntou a dirigentes do Bloco de Esquerda, este disse que ser de esquerda "é uma imprudência", mas que era imprudente "desde a juventude" e que isso, enfim, era "uma festa". Por isso Portugal precisaria de "mais esquerda" para fazer "renascer a esperança", "a alegria" e as "canções cantadas em comum". Tudo porque "as pessoas gostam de estar juntas".
É difícil imaginar um discurso mais vácuo e sem significado concreto. Na verdade, se Alegre quiser encontrar, todas as semanas, lugares onde se juntam mais de 500 pessoas para "estarem juntas", celebrarem a "alegria", falarem de"esperança" e entoarem canções "em comum" bastar-lhe-á ir a uma missa católica. Em boa parte delas, sobretudo em algumas paróquias, é exactamente isso que acontece. E mais depressa se ouve lá o Hino à Alegria do que estrofes como as entoadas naquele teatro: "Quando a corja topa da janela/Quando o pão que comes sabe a merda/O que faz falta..." e por aí adiante. É provável que encontre lá mais "festa" e letras menos agressivas.
O exemplo serve apenas para sublinhar o vazio de uma mensagem que pode ser servida por uma voz tonitroante ou até pela poesia, mas que não ultrapassa, em última análise, o círculo vicioso de uma autoproclamada esquerda que, como disse outro companheiro de comício, José Soeiro, este dirigente do Bloco, tudo se centraria em garantir a justiça social e a igualdade. Ora, sucede que justiça social só rima com igualdade se, no discurso político, à permanente invocação de direitos se acrescentar a defesa da responsabilidade e se entender a solidariedade não como uma missão longínqua do "Estado" antes como algo que integra o dia-a-dia. Uma noite com os colaboradores da Comunidade Justiça e Paz a distribuir comida pelos sem-abrigo de Lisboa ou um dia nos armazéns do Banco Alimentar contra a Fome seriam por certo menos in do que uma noite no Lux, mas muito mais instrutivos sobre o outro Portugal que não aparece nem nas bancadas da Assembleia da República, nem nas manifestações da CGTP, muito menos nas celebrações, ou "actos culturais", do Teatro da Trindade.
Aquilo que na Suécia, só para citar um exemplo, podemos encontrar é uma sociedade onde os elevados níveis de equidade social (uma formulação mais rica e mais progressiva do que a velha "igualdade social") caminharam sempre a par com a liberdade e a responsabilidade. É por isso que custa ver Manuel Alegre sentado ao lado de militantes, como os que vieram dos partidos fundadores do Bloco de Esquerda, para quem sempre se pode sacrificar a liberdade em nome da igualdade. Em Dezembro de 1974 Alegre teve, no primeiro Congresso do PS após o 25 de Abril, um papel central na separação de águas entre os que defendiam o socialismo antes de tudo o mais e os que só entendiam o socialismo "em liberdade". O facto de estes mais de 30 anos terem demonstrado, à saciedade, que a ideia original do socialismo é incompatível com a de liberdade - ao contrário da ideia de social-democracia ou de social-cristianismo, os dois pilares sobre os quais assentou a construção europeia -, ainda há quem não entenda que "uma sociedade que coloca a igualdade à frente da liberdade acaba por ficar sem nenhuma delas, ao passo que uma sociedade que coloca a liberdade à frente da igualdade acaba por ter um grau mais elevado de ambas".
Apesar desta frase ser de um autor que dificilmente associaríamos à Suécia (Milton Friedram), a verdade é que se algo diferenciou a Suécia da maior parte dos países do Velho Continente foi o seu pioneirismo na defesa da liberdade. A Suécia já tinha uma lei que garantia a liberdade de imprensa antes de estalar a Revolução Francesa (o Reino Unido não tinha uma lei, mas tinha a prática), a Suécia esteve entre os primeiros países europeus a reconhecer os direitos da mulher e a permitir uma liberdade sexual só possível porque acompanhada por um elevado sentido de responsabilidade. Um exemplo anedótico: no Aeroporto Internacional de Gotemburgo não há casas de banho separadas para homens e mulheres, mas também não há atropelos nem abusos. E se tudo está organizado e limpo, isso não sucede porque prevalece a autoridade, mas porque não se imaginam irresponsabilidades que ultrapassem os excessos alcoólicos de sábado à noite. E a naturalidade com que, no dia seguinte, muitos se juntam numa igreja, não longe do relvado onde muitos se estendiam, em fato de banho, para beneficiar de um raro dia de calor, para contribuírem para uma obra social. Tudo antes de, segunda-feira, se apresentarem na fábrica da Volvo de forma pontual para trabalharem com rigor e elevada produtividade.
Não se pode ter sol na eira e chuva no nabal, razão pela qual enquanto se pedir apenas igualdade sem ao mesmo tempo fazer a pedagogia da responsabilidade, do trabalho e da exigência não é apenas querer-se poesia no lugar da política: é deixar-se levar em nome da poesia para a alegre pobreza. E o tempo dos pobretes mas alegretes já lá vai, felizmente.

Fonte: Publico.pt

domingo, maio 25, 2008

Encosta-te a mim

Repito vezes demais frases que terminam em "Enfim!"... Vivemos caminhos errados em sonhos perdidos. Queremos que se repitam até voltarmos a sentir vezes sem conta (e sem estar a contar) aquela dor no meio da barriga...
Mas nem sempre ela vai voltar!
"Amem-se ou morram!" nas palavras de Morrie. Mas amar é também respeitar e saber dizer (apenas) baixinho "Encosta-te a mim..."

sexta-feira, maio 16, 2008

Nem tudo o que brilha é ouro...

Minhas senhoras, podem parar! Directamente de uma das revistas médicas mais conceituadas do mundo...

Although low-calorie sweeteners are a dietary staple for many individuals trying to maintain or lose weight, an emerging body of evidence suggests these substances offer little help to dieters and may even help promote weight gain.
A 2007 review found that laboratory, epidemiological, and clinical studies examining effects of low-calorie sweeteners presented an unclear picture of their usefulness (Bellisle F and Drewnowski A. Eur J Clin Nutr. 2007; 61[6]:691-700). Because the scientific findings are mixed, there is currently no official recommendation about using artificial sweeteners as a tool for weight control.
However, some studies have suggested that low-calorie sweeteners may actually increase appetite for sweet foods, promote overeating, and lead to weight gain. Recent findings lend further support to this theory, demonstrating that artificial sweeteners blunt the body’s energy expenditure mechanisms and activate taste pathways differently than sucrose—findings that might prompt dieters to rethink their weight-loss strategies.
In, JAMA 2008;299(18):2137-8

quinta-feira, maio 15, 2008

Jovem interno de Anestesiologia, Português, pseudo-cientista e bom rapaz procura companheira do sexo feminino, abastada e disposta a financiar PhD

Your application for admission to UCL has been considered and I am pleased to be able to make you an offer of entry to the above programme of study.

Nos útlimos anos tenho me habituado a receber cartas desagradáveis no correio: contas para pagar, extractos bancários, bolsas recusadas (três até à data), publicidade ao SLB, alguns números da Revista da Ordem...
Por isso, apesar de o Director do Laboratório estar à minha espera, aguardava com alguma ansiedade a chegada desta resposta da Universidade!
Dois dias antes, numa entrevista em Londres, consegui uma posição em partime no Serviço de Cuidados Intensivos do Hospital do University College London. Recordando, acho que desde a minha "primeira" com o "grande" Prof. Teixeira Gomes tenho me dado bem com orais/entrevistas!
E desta vez a cidade convenceu-me. Menos caos nos transportes, a descoberta de bairros e micro-ambientes engraçados perdidos na cidade, SOL...
Estou para ver o que vem aí!!! É claro que ainda me falta A BOLSA que me permita viver em Londres durante 3 anos sem pensar que passados 3 meses posso ter que voltar para casa com o rabo entre as pernas. Mas sem isto, o dinheiro de nada valia!
And today is for celebration! I'm in!

quarta-feira, maio 07, 2008

Every possible mistake...

Partilho a música que foi eleita esta manhã como o hino do nosso laboratório ou o "Hino do jovem cientista".
Por Jürgen Hinkelmann e Bernardo Bollen Pinto.

segunda-feira, maio 05, 2008

Conversa em dia

Um blog é como um amigo da Escola. Podemos passar meses sem o ver que sabemos que ele vai estar sempre lá! E a separação de bens que nos une permite-me voltar às suas linhas depois de semanas de silêncio. Espero que os leitores deste espaço o compreendam!

E nestas semanas houve sucessos pelo laboratório com as experiências (finalmente) em bom ritmo, mas sem que o insucessozito ocasional nos deixe de visitar. Houve visitas nesta minha terrinha. Houve leituras apaixonadas da novela do PSD. Houve mais um fim-de-semana detrutivo em Berlin, desta vez com a companhia de um turista novo. Há dias de Sol e 24 graus lá fora com luz até às dez. Não tem havido corridas porque o joelho operado não deixa mas tem havido piscinas para compensar.
E há música nova. Fica esta:
The knife: Heartbeats
One night to be confused
One night to speed up truth
We had a promise made
Four hands and then away
Both under influence
We had divine scent
To know what to say
Mind is a razorblade

To call for hands of above, to lean on
Wouldn't be good enough for me, no

One night of magic rush
The start: a simpel touch
One night to push and scream
And then relief
Ten days of perfect tunes
The colours red and blue
We had a promise made
We were in love

To call for hands of above, to lean on
Wouldn't be good enough for me, no
To call for hands of above, to lean on
Wouldn't be good enough

And you
You knew the hand of a devil
And you
Kept us awake with wolves teeth
Sharing different heartbeats in one night

To call for hands of above, to lean on
Wouldn't be good enough for me, no

To call for hands of above, to lean on
Wouldn't be good enough

quinta-feira, abril 17, 2008

Há músicas mágicas!

Não tem que ser pela letra, pela melodia, pelo local ou pela altura em que a ouvimos. Nem pelas memórias que ela nos traz...
Mas naquele momento em que ela passou, a simplicidade do som faz-nos sorrir. Perspectivam-se as dificuldades nos cenárias das lutas vencidas e das metas alcançadas. Não se pára então de lutar mas os caminhos tornam-se mais claros e há um fôlego renovado para o futuro incerto (o único que me dá prazer).
Ontem, a trabalhar ao computador, no comboio entre Münster e Bruxelas, a caminho de mais uma reunião, ouvi uma assim.
Obrigado M!

domingo, abril 06, 2008

TRIturador!!!


Parabéns a todos os Portistas por mais um tricampeonato!
A ver se é desta que chegamos ao bitri...

Fonte: A página do tricampeão.

segunda-feira, março 24, 2008

Páscoa, Jorge Sampaio e armas nucleares!

Não.
Jorge Sampaio não se amarrou a um míssil nuclear norte-coreano no dia de Páscoa em protesto contra o regime de King Yong Il.

Ontem tive um dia de Páscoa diferente. Pela primeira vez longe de pelo menos mais 20 pessoas, das amendoas, dos ovos de chocolate, dos coelhinhos espalhados cuidadosamente por toda a casa pela minha Mãe, do melhor cabrito assado do mundo inteiro, dos meus irmãos, dos meus afilhados...
Mas tive direito a três presentes inesperados. Fui pela segunda? vez à missa no dia de Páscoa, nevou e fechei-me do lado de fora de casa. Com a AK fora da cidade e sem telemóvel não tive outra solução se não assaltar a MINHA casa e partir o vidro da porta da entrada. Resultado: sou neste momento refém da minha própria distração, pelo menos até alguém vir por um vidro novo na porta da entrada!

Hoje enquanto jantava em frente à televisão à espera das notícias vejo que o homem do gongo do fecho de Wall Street era um indivíduo parecidíssimo com o nosso anterior Presidente da Républica. Era mesmo! Há 126 anos Robert Koch identificou o Mycobacterium tuberculosis (aka Bacilo de Koch) e hoje Jorge Sampaio teve direito a fechar a bolsa de NY.

Dia 24 de Março é também um dia em que os hippies se tornam mais velhos. O símbolo que nasceu com o início das campanhas contra o armamento nuclear em Londres e se tornou no ícone da geração de Woodstock faz hoje 50 anos.




Nas palavras do mestre JL "Give peace a chance"...

sábado, março 22, 2008

Retratos das últimas semanas

Paro por uns dias nas ruas da minha cidade depois de Ljubjana e Bruxelas e antes de Lisboa e Bruxelas de novo.
No conforto de uma casa a que se conhece os cantos é tempo de por o correio em dia, preparar apresentações e trabalhos, ter saudades, andar de sweat-shirts velhas e gastas, ouvir o LadoB, dormitar no sofá, rever fotos das últimas semanas...


Costa do Adriático, Eslovénia

Sede da Comissão Europeia, Bruxelas

Da janela do quarto, Münster

No caminho para o hospital, Münster

É Primavera e neva lá fora!
Boa Páscoa!

segunda-feira, março 17, 2008

Caixeiro viajante

"Obligation de se laver les mains apres utilisation des toilettes." Estava escrito numa casa de banho de um restaurante no centro de Bruxelas! O chefe ofereceu o jantar, bem mais descontraído do que se fazia prever. E ainda recebi de presente a notícia de que amanhã apresento um poster no congresso.
O fim-de-semana-reunião em Ljubjana trouxe reflexão, ideologias e novos projectos. A ver vamos!
Nas palavras da Joaninha mudei de profissão: sou agora um Caixeiro Viajante! Porque não?!

domingo, março 09, 2008

O livro que nunca chegámos a trocar

Ao meu colega Sérgio e a todos que vão sentir falta da sua serenidade, do seu espírito crítico, do seu sorriso, da sua compaixão.

quarta-feira, março 05, 2008

Fresquinho para a ressaca do FCP

Role of levosimendan in sepsis and septic shock
Bernardo Bollen Pinto, Sebastian Rehberg, Christian Ertmer and Martin Westphal
Curr Opin Anesthesiol 21:168–177

É só uma revisão e com certeza com erros, impreciões e muito espaço para melhorar.
Mas é o meu primeiro artigo à séria e estou mesmo contente de o poder partilhar com vocês.

terça-feira, março 04, 2008

Sorte

Cada regresso ao Porto (ainda só vou no segundo) é um teste à minha relação com a distância e saudade. Acho que este fim-de-semana comprido só agora vai acabar, enquanto escrevo estas palavras. Houve passeios na Baixa, na minhas prais de Gaia, na Foz e Ingleses sem Gin. Reuniões e projectos, contestações e (re)conciliações. Palavras, sorrisos, abraços e cumplicidades recordadas e renovadas. Rissois, chamuças e bolinhos de bacalhau, leitão, rancho e frango no churrasnco comido à mão, vinho tinto (bom e mau), chockdrink em minha casa... Estas e outras saudades remendadas... Quase sempre em Paz com as opções tomadas e sempre ouvindo quem está próximo e procurando aprender para planear o dia seguinte.
É confortável saber que pode haver novas casas ou obras na rua ou mesmo que o meu leite mimosa tem uma embalagem nova, mas que as pessoas, sobretudo os que gosto e conheço do avesso, vão ficando interessantemente paradas no tempo em que as recordo sorrindo ao pé de mim.



Mas a sorte acabou por hoje. Um dia de trabalho produtivo no buraco, presenteado com espreitadelas ao mundo onde fazia Sol, foi presenteado com uma mistura de chuva, gelo e neve no regresso para casa!

Boa semana (que já vai quase a meio)!

terça-feira, fevereiro 26, 2008

"Cuidado!"

Entre 2 experiências partilho um dos grandes exitos dos Irmãos Catita que acabo de ouvir no rádio...
Bom dia!

domingo, fevereiro 24, 2008

Vinho e ciência

Ontem, depois do jantar e durante a terceira garrafa de Cabernet da Califórnia e Shiraz da Austrália (o que se arranja por aqui por menos de 5€ e ainda assim se consegue beber), discuti ciência. Um físico Brasileiro estudante de doutoramento em neurociências, uma bióloga Israelita estudante de doutoramento em biologia do desenvolvimento e eu, jovem interno de anestesia que nunca ligou muito às neurociências, inspirados pelo trabalho acutilante de Konrad Kaufmann... Com perguntas muito simples, do género "Já alguém alguma vez viu um ião a atravessar um canal?" questionou-se a teoria de Hodgkin-Huxley sobre o potencial de acção e outros dogmas.

Hoje, dia de leituras em atraso (há um monte de 46 artigos na minha mesa) e piano. Se não chover, há sempre tempo para a corrida de fim-de-semana.

Bom Domingo!

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Sol de pouca dura...


Não durou muito a esperança que levámos de Münster para Gelsenkirchen. Durou os 4 minutos em que o resultado ficou como mostra o placard. Depois disto, apenas a irritação e a raiva de ver o Grande jogar menos bem e de ouvir milhares de pessoas vestidas de azul e branco gritar "null vier"... Nem o Glühwein, que substitui a cerveja, nos valeu.



E, como é compreensível, esta foi a última foto da noite!
Mas para ser campeão é preciso ser-se maduro e saber perder. No Dragão ATÉ OS COMEMOS!

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Soldado de las ideas

...
No me despido de ustedes. Deseo solo combatir como un soldado de las ideas. Seguiré escribiendo bajo el título "Reflexiones del compañero Fidel" . Será un arma más del arsenal con la cual se podrá contar. Tal vez mi voz se escuche. Seré cuidadoso.

Gracias

Fidel Castro Ruz
18 de febrero de 2008
5 y 30 p.m.


Versão integral na página do jornal da Revolução, o Granma

domingo, fevereiro 17, 2008

Nó!

Usando apenas uma vez os números 1,3, 4 e 6 (e tendo que os usar todos) como chegar ao número 24, podendo fazer as operações +, -, x e / e ainda usar ().

Apesar de ainda estarmos em Fevereiro, fica para inspiração a primeira flor do ano.
Como disse um amigo "estamos todos muito contentes por este bom tempo mas daqui a uns anos morremos todos". Sem dúvida nenhuma!




Foto de Olena Kamenyeva

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Timor









Faltam-me as palavras onde abunda a tristeza. Visito a memória nas minhas fotos. Os amigos que lá ficaram. De cada vez que ganha a esperança e se levantam para mais um passo em frente numa história torcida, volta intolerância e arrogância dos que se dizem libertadores. Ora de um lado ora de outro... E os que sofrem parecem sempre os mesmos.
A minha homenagem aos que sofrem em Timor.


sexta-feira, fevereiro 08, 2008

As primárias americanas do lado de cá do mundo 2

Até há uns meses atrás nunca tinha prestado muita atenção ao fenómeno das primárias norte-americanas. Mas este ano, fruto da minhas companhias de jantar (CNN) e de leitura de fim-de-semana (The Economist), a curiosidade foi-se instalando e, como ouvi dizer há umas semanas em Berlin, "sou um fã das primárias".
As discussões de príncipio, o core da política, são interessantes: a esquerda, a direita e o centro, os conservadores e liberais (dentro dentro do mesmo partido), o papel dos juízes na sociedade, small government and low taxes, os cuidados de saúde...

Mas é o folclore que verdadeiramente me atrai. A complexidade e variebilidade do sistema. O léxico: primaries, caucuses, GOP, delegates, super-delegates, closed/semi-closed/semi-open/open voting... A cobertura jornalística. Tudo "em grande" à medida dos orçamentos investidos (ou gastos conforme o caso). É impressionante ver o esforço pessoal e o commitment a que os candidatos, no topo da sua vida pública (todos são Senadores, Governadores ou simplesmente milionários sem nada para fazer), se entregam. Milhares de quilómetros percorridos, centenas de comícios, entrevistas e debates hostis, os olhos do mundo em cima deles (e os ouvidos em tudo o que alguma vez disseram em público e em privado), um aspecto sempre impecável, a exposição da família... Tudo para durante 8 anos, caso não faça muitas asneiras (esqueçam GWB), poder morar numa casa enorme, branca e com mísseis no quintal.
E, claro está, tenho um candidato preferido! Inocentemente penso, como a maioria dos europeus e cidadãos do lado de cá do mundo, que o meu candidato vai ser aquele que vai realmente respeitar o Protocolo de Quioto, que vai acabar com a prepotência bélica dos Estados Unidos, acabar com a histeria pós 11 de Setembro, abrir de novo o país aos cientistas de todo o mundo, ser o melhor amigo da Europa...

Mas, caso seja eleito, o mais provável é que Barack Obama seja simplesmente um bom presidente para o povo que o elege. E confesso que já fico satisfeito! Primeiro, pelo impressionante movimento político e social, quase supra partidário, que conseguiu criar à sua volta, o que verdadeiramente admiro em qualquer parte do mundo. Depois, e apesar de não acreditar na mudança pela mundança, é difícil resistir ao apelo de quem tão vigorosamente quer mudar o status quo (vejam o vídeo estilo Hollywood no post anterior). Por fim, porque me dará um certo gosto ver o meu candidato democrata, liberal, jovem e negro a dar umas voltas ao fim-de-semana no Air Force One!

Bom fim-de-semana!

As primárias americanas do lado de cá do mundo 1

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Notas de um fim de semana comprido

Bem longe do calor do Rio e de Salvador, e por mais estranho que nos possa parecer, existe na Alemanha a tradição de festejar o Carnaval. Já tinha ouvido falar do Carnaval de Colónia e de Berlin mas não esperava que na minha pequena cidade de 300.000 habitantes a festa fosse tão animada. Começa na Quinta-feira (Weiberfastnacht) com festas em tudo semelhantes às nossas (de Segunda a noite) em bares e discotecas e uma tradição, no mínimo, estranha. As mulheres andam na rua com tesouras prontas para cortar as gravatas e cordões dos sapatos dos homens.
O ponto alto das festividades acontece com o desfile de Segunda-feira. Chuva e temperaturas inferiores a 10 ºC não impedem que milhares (talvez mesmo centenas) de pessoas espalhadas pelas ruas da cidade assistam à passagem dos carros alegóricos que vão atirando para as ruas doces, pipocas e rosas! Depois do cortejo, música e cerveja na rua!
Lembrei-me da Queima das Fitas. Com uma pequena diferença. Imediatamente depois do último carro passar uma horda de camiões do lixo e varredores limpam as ruas da cidade!






Aproveitando o feriado na Segunda, Domingo ainda deu para ir ver uma interpretação excelente da peça de Tom Stoppard, Arcadia, por um grupo de teatro amador.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Paper of the year 2007

O The Lancet desta semana atribui o prémio Paper of the year 2007 ao trabalho "Genome-wide association study of 14,000 cases of seven common diseases and 3,000 shared controls" publicado na revista Nature.

"After ranking the papers, more than half of The Lancet‘s editors had the same first choice: The Wellcome Trust Case Control Consortium’s Genome-wide association study of 14,000 cases of seven common diseases and 3,000 shared controls.5 Indeed, as soon as this study was published, the fi ndings created repercussions in the medical,6 scientifi c, and popular press. The American Association for the Advancement of Science cited human genetic variation as Science’s breakthrough of the year."

Fica o Abstract como motivação para todos os cientistas e curiosos que visitam este espaço (Nature. 2007 Jun 7;447(7145):661-78).

Genome-wide association study of 14,000 cases of seven common diseases and 3,000 shared controls

The Wellcome Trust Case Control Consortium*

There is increasing evidence that genome-wide association (GWA) studies represent a powerful approach to the identification of genes involved in common human diseases. We describe a joint GWAstudy (using the Affymetrix GeneChip 500K Mapping Array Set) undertaken in the British population, which has examined ,2,000 individuals for each of 7 major diseases and a shared set of ,3,000 controls. Case-control comparisons identified 24 independent association signals at P,531027: 1 in bipolar disorder, 1 in coronary artery disease, 9 in Crohn’s disease, 3 in rheumatoid arthritis, 7 in type 1 diabetes and 3 in type 2 diabetes. On the basis of prior findings and replication studies thus-far completed, almost all of these signals reflect genuine susceptibility effects. We observed association at many previously identified loci, and found compelling evidence that some loci confer risk for more than one of the diseases studied. Across all diseases, we identified a large number of further signals (including 58 loci with single-point P values between 1025 and 531027) likely to yield additional susceptibility loci. The importance of appropriately large samples was confirmed by the modest effect sizes observed at most loci identified. This study thus represents a thorough validation of the GWA approach. It has also demonstrated that careful use of a shared control group represents a safe and effective approach to GWA analyses of multiple disease phenotypes; has generated a genome-wide genotype database for future studies of common diseases in the British population; and shown that, provided individuals with non-European ancestry are excluded, the extent of population stratification in the British population is generally modest. Our findings offer new avenues for exploring the pathophysiology of these important disorders. We anticipate that our data, results and software, which will be widely available to other investigators, will provide a powerful resource for human genetics research.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

"Love and Death"

No mesmo ano em que Eric Idle, Graham Chapman, John Cleese, Michael Palin e Terry Jones tinham o seu primeiro grande sucesso no cinema após a série de televisão "Monty Python's Flying Circus" (1969-1974), Woody Allen apresentava nos Estados Unidos a sua visão sobre a invasão Napoleónica da Rússia em 1812.
Estamos habituados a ver "Monty Python and the Holy Grail" (1975), "Life of Brian" (1979) ou a melhor sitcom de todos os tempos, "Seinfeld" (1989-1998), como as musas dos grandes humoristas nacionais da actualidade. Mas desafio-vos a ver "Love and Death". Um filme bem longe do ambiente cosmopolita de Manhattan e com um humor mais simples e imediato do que os últimos filmes de Woody Allen, mas já com a ironia e os maduros e brilhantes monólogos/diálogos sobre o sentido da vida, Deus, a natureza, o sexo...
Vi ontem e gostei bem!

Bom fim de semana!

Fonte:
(Monty Python's completely useless website)
Wikipédia

quarta-feira, janeiro 23, 2008

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Eu Tenho Dois Amores

Quando se tem um irmão que nasceu no final dos anos 90 e não percebe uma piada com "Eu tenho dois amores", a primeira coisa que se faz é procurar o vídeo no YouTube. Mas nada! Este foi o melhor registo que encontrei. Vale a pena!

domingo, janeiro 20, 2008

Roteiro para um Domingo chuvoso

Dezoito novos e velhos concelhos fora de ordem para um passeio de Domingo chuvoso, em frente a um computador.

Cinco sentidos (para ver e ouvir e sentir):
1, 2, 3, 4, 5, 6

Passagem de nível sem guarda (pare, escute e pense):
7, 8.1 + 8.2 + 8.3, 9

Para respirar por uma fatia de pão de forma do Froiz (rir):
10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18

sábado, janeiro 19, 2008

Lunch break

Ontem, pela hora de almoço, recebi uma sms que dizia:
"Hi! Bernardo, could you leave your work today before 4pm? It's very important"
Não era uma perna partida ou um outro qualquer desgosto terrível que precisasse de umas palavras de conforto.
Tinha simplesmente um bilhete de última hora a mais para a matiné do "Quebra-nozes"! E então lá fomos. Pena foi a que a música de Tchaikovsky se fizesse ouvir por uma gravaçao e não por uma orquestra! Mas uma ucraniana (Olena), uma escocesa (Claire), uma iraniana (?) e um português tiveram direito a uma pausa para almoço um bocadito mais longa que o costume. Sim, porque os 4 voltámos para o trabalho, cada um para o seu laboratório!
Hoje é dia de trabalho por casa: CNMI, PWG, UEMS ICM MJC, EQF, PhD, MSN, SKP...

Bom fim de semana!

quinta-feira, janeiro 17, 2008

O NIB de Deus é de Armando Vara

Sempre me impressionou a imagem pública das agora antigas administrações do BCP. Era a descomunal mesa da sala de reuniões do próprio conselho e a sensação de omnipotência que dali emanava; ao pé daquilo, o Conselho de Ministros parecia a direcção de uma colectividade de recreio. E eram os computadores. Aqueles banqueiros não encaravam ninguém de frente - falavam entre si e entreolhavam-se protegidos pelos ecrãs, como seres mais do que humanos que essa barreira separava do mundo dos mortais. O poder absoluto da banca em todo o esplendor. Parecia que aqueles homens controlavam o próprio NIB de Deus e que o Altíssimo os inspirava, via Messenger, através daqueles majestosos computadores. Até que se começou a investigar que afinal as contas não estavam no Paraíso mas sim no Purgatório do off-shore. No espaço de semanas, foi a pequena colectividade recreativa que passou a ditar as leis à imponente instituição bancária.
A história já foi por de mais contada. Mas permanece opaca. Demasiadas perguntas continuam sem resposta e demasiadas atitudes permanecem sem explicação. Que transparência há nesta nova administração que ganha o banco com uma soviética margem de 97 por cento, mas mal se dignou a expor as suas ideias à assembleia que a elegeu? O que levou a Caixa Geral de Depósitos a financiar accionistas como Joe Berardo, que durante meses denegriu publicamente o BCP? Será essa uma forma correcta de um banco público intervir? Como pode uma instituição como o Banco de Portugal ao qual escaparam as irregularidades recomendar depois a exclusão indiscriminada de todos os administradores num prazo de oito anos? É aceitável que um ministro das Finanças, cujo registo foi sempre inequivocamente sério, tenha falado em polícias e ladrões? Podemos admitir a partidarização descarada do jogo económico, expressa pela transição de Armando Vara para o BCP e pela forma disparatada como o PSD reivindicou (e conseguiu) a presidência da Caixa Geral de Depósitos?
A oposição de centro-direita conseguiu mesmo colocar em pé de igualdade a partilha de um banco público e de um banco privado. Nada mal para quem quer ser a favor do mercado. Mas isso não é de surpreender, quando tem um líder que dedica o seu tempo de antena a propor colunistas para falarem nas televisões... Talvez tenha estofo para director de programas, nunca se sabe. Seja como for não será certamente esta oposição comprometida que ajudará a escrutinar um jogo de segredos e de verdades escondidas.

Entendamo-nos: não é necessariamente absurdo que o Estado intervenha numa instituição bancária em crise. No Reino Unido soube-se ontem que o Governo trabalhista admite a hipótese, controversa, de nacionalizar o banco Northern Rock. Não se sabe se o fará, mas admitiu-o. Em Portugal, ninguém admite nada, tudo se passa à porta fechada e sem prestar contas ao público. Velhos hábitos que persistem nesta West Coast of Europe.
Não deixa aliás de ser curioso que nunca se relacione a situação no BCP com o que está a acontecer na banca internacional, por causa da crise dos subprime. Diz o bom senso que não poderia haver pior altura para o BCP ter estado exposto desta maneira ao longo de quase um ano... Bastaria lembrar os resultados desastrosos apresentados pelo Citigroup no mesmo dia em que decorreu a assembleia geral na Alfândega do Porto. Será a banca portuguesa excepção?
Há muito por contar nesta história... Agora que é Armando Vara quem tem acesso ao NIB de Deus, tudo parece ter ficado tão opaco como no tempo em que Jardim Gonçalves e os seus falavam por detrás da muralha de computadores.

Fonte: Publico.pt, de Miguel Gaspar
Destaques da minha autoria
PS. Há muito tempo que um título de jornal não me fazia rir tanto

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Da janela do meu quarto!

Ontem fui a participar (igual a ver, ouvir, rir, sentir, reagir e totalmente diferente de assistir) num concerto de uma das escolas de música da cidade: "Le Grand Tango" com música de Manuel de Falla, Heitor Villa-Lobos e, claro, do inevitável Astor Piazzolla. Foram ao todo cerca de 15 curtas composições para piano, violoncelo e guitarra. O automatismo metálico da maioria dos jovens tocadores de piano era esquecido e abafado pela respiração ofegante, pela introspecção e capacidade de auto-excitação (nada narcisísta diga-se) de alguns dos violoncelistas.
E volto a sentir algo semelhante que só agora percebo. Hoje não há Sol neste horizonte.
Mas por entre os dedos entrelaçados de todas estas massas de água negras rasgam, de vez em quando, pedaços de laranja e amarelo que echem o ar de uma certa esperança vaga mas tão presente que, enquanto respiro fundo, me diz simplesmente: "Vai correr tudo bem!".

Aqui, "Debaixo do mesmo sol...", 2008 começa hoje! ;)
Bom Ano!

segunda-feira, janeiro 14, 2008

The Boniface project
helping Ugandan children building a future

No regresso a este espaço, partilho convosco o Projecto de uns amigos.




September 2005: visiting Apala’s camp for displaced people, in Lira district, north Uganda

In September 2005, we had the good fortune to visit Uganda. During this stay, facilitated by Arapa Boniface, a priest in the region, we visited the Apala Camp for Internally Displaced People, close to the troubled region bordering Sudan. After over 20 years of conflict inflicted by the Lord’s Resistance Army, based in southern Sudan, millions of people have fled their villages and have been living in refugee camps. A million were living in Apala alone when we visited.
It was a touching experience. The people lived in comunity, trying to cover each others necessities the best way possible. One hospital for the children and health centre run by a single nurse were the only healthcare facilities. Two wellls provided water. Though not a place of extreme poverty, the difficulties were obvious. The laughter of the children was the most touching part of visiting the camp.

How we decided to help
We realised we could not be indifferent. After talking to friends in Portugal, who were touched by our experience, we decided to pay for the fees and school materials for seven children from the camp, who otherwise would not have access to education. The money gathered is sent every term (January, May and September) to Fr Boniface, who is responsible for the children and manages the payment of the costs. For each child, per year, about 220 Euro are required; all receipts are sent to us by post. This has worked well for nearly two years already.
We take this opportunity to ask you to consider also helping. Every little does it: whatever amount, either as a regular contribution or a single donation. As an informal group, we cannot issue any legal document acknowledging your donation. We can only thank you for trusting us.

Telma Esteves & Norman Kerle
(Münster, December 2007)



Donations can be given to Telma in person or send to Portugal:
Maria Margarida RS Esteves
BIC SWIFT CGDIPTPL
IBAN PT50 0035 0282 00030144900 19

Don’t hesitate getting in touch: