segunda-feira, julho 11, 2011

Carta para ti

Olá!

Ainda estou na estação à espera do comboio. Perdi o primeiro, sabes. Outra vez! Isto a ti nunca te acontece porque detestas chegar em cima da hora ao aeroporto. Sofrias mais do que eu quando te ligava a dizer: "Olha, desta é que vai ser mesmo apertado...". Até que de uma vez foi mesmo e lá foste tu para me salvar!

Já me salvaste umas quantas vezes com os teus pés sempre na terra. Com a tua sinceridade bruta. Com a tua honestidade quando te ris quando eu ainda nem comecei a contar a última história. Hoje disseste a rir (às vezes não sei se ris de gozo, de incredibilidade, nervosismo, preocupação ou se simplesmente te divertes): "É pá! (gargalhada) A tua vida dava um filme (gargalhada)!

É pá! Pois dava!

Mas há sempre cumplicidade nas nossas gargalhadas. Aliás, agora que penso, acho que é mesmo nesse sítio que somos mais próximos.

Mesmo quando estamos os dois meio nervosos.

Admiro-te. Tu sabes.

Bem, acabou.

Este fim-de-semana foi mesmo o fim, não foi? O que nós nos divertimos! Sozinho não o teria feito. Não fazia sentido. E eu que trouxe as sapatilhas verdes que tu detestas.

Sabes, vou dizê-lo, talvez esteja a exagerar um bocadinho, ainda a quente, mas tu conheces-me e não levas a mal quando digo coisas estapafúrdias a quente: foste o mais importante de tudo isto!

Desta vez nem me apeteceu escrever postais à Clara. Era o nosso fim-de-semana. E também o que é que eu lhe ia dizer? Depois explico-lhe e sei que Ela não vai levar a mal. Espero que a tua filha seja como tu, que nunca se zangue comigo e seja sempre minha amiga. Aquela vez não conta, está bem? Gosto tanto Dela e tu sabes o que me chateia vê-la crescer pelo skype ou pelas fotografias que me mandas.

Mas tirei mais fotografias do que nunca. Porque não me quero esquecer desta e é por isso que tiro fotografias porque tenho medo de me esquecer das coisas.

E o que vamos fazer agora? Um fim-de-semana de vez quando metemo-nos num avião e encontrarmo-nos numa cidade qualquer?

Vem aí o comboio. Perfeito. Vou parar de escrever e não tenho que pensar num fim para esta carta. Ah!

Abraço Gordinho!

3 comentários:

maria disse...

Que sinceridade...
Nos dias de hoje, em que tudo se move por interesses, alcançar uma verdadeira amizade é um tesouro. Parabéns aos dois!

Rita Martins disse...

:)

Rita Martins disse...
Este comentário foi removido pelo autor.