sábado, abril 17, 2010

Eyjafjallajökull - somos tão vulneráveis como o resto do mundo!

Os fenómenos naturais só provocam estragos realmente grandes longe do conforto e da protecção das "nossas" cidades. Aqui, na Europa, estamos protegidos.
Quantos de nós já não tiveram este pensamento?!

Mas a explosão de um vulcãozito (o gigante vizinho do lado ainda está adormecido) ao largo da Islândia só nos está a dizer que a nossa sociedade global/regional é tão vulnerável como qualquer outra. Ou mais, pois as expectativas, a crença na superioridade ou na invencibilidade das redes, é inversamente proporcional à mitigação.

Estou retido em Bruxelas, mais um dia que o previsto, mas amanhã de manhã lá apanharei o comboio de volta à minha Londres, vencido que está o medo do escuro! Mas, infelizmente, não temos tido todos a mesma sorte. Nos vários relatos que se podem ler pelos jornais há histórias menos felizes que a do John Cleese! Por exemplo, os Portugueses que aqui estavam comigo vão fazer Bruxelas - Paris - Burgos - Lisboa - Porto (comboio - carrinha - carro)...

(cortesia do RM)

sexta-feira, abril 16, 2010

Percursos diferentes

O Bernardo e a Maria conheceram-se em Timor em 2004.
Eu tinha acabado o curso e a Maria era a enfermeira da missão da AMI.
Estivemos juntos menos de 2 semanas. Identificamo-nos um com outro (nada a ler nas entrelinhas entenda-se).
Ainda nos encontrámos 2 vezes em Portugal.
Depois a vida levou-nos por percursos diferentes e apenas fui recebendo notícias da Maria por e-mail. Voltou para Timor onde esteve até ao início deste ano.

Acabo de ler um e-mail da Maria.

Ela é enfermeira. Está na minúscula (em todos os sentidos) Ilha de Moçambique onde os habitantes fazem cocó na praia.
Eu estou a fazer um Doutoramento em Londres. Sou presidente da associação Europeia que representa médicos em formação e eu estou neste momento no Eurostar a caminho de Bruxelas (porque há no ar uma perigosa nuvem de poeira, que não se vê).

Será que de algum modo um vulcão em erupção na Islândia afecta a vida dos habitantes da Ilha de Moçambique?!
Provavelmente não. Mas o e-mail da Maria fez-me pensar (outra vez) que há caminhos alternativos que não tomei, que a minha vida poderia ser bem diferente.

E isso deixa-me feliz (porque estou feliz!)!